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Dia 2 – Mount Batur – Nascer do Sol no Vulcão
Nesse episódio, contarei para vocês como foi a experiência de assistir o nascer do sol do topo de um vulcão, explorando o que fazer por lá, algumas dicas e orientações importantes. Além disso, contarei um pouco sobre mais uma atração de Ubud, porque Ubud nunca é demais, certo?
Como dito no post anterior, estávamos comparando preços para o passeio do vulcão, mas no fim todos cobravam mais ou menos o mesmo preço, de 300 mil até 350 mil rúpias da Indonésia (R$72 – R$84). Acabamos reservando na recepção do hostel que estávamos hospedados pela conveniência e preço, mas imagino que qualquer lugar proporcionaria a mesma experiência extraordinária que tivemos.
Antes de eu começar a contar mais sobre o passeio, ficam aqui duas dicas básicas: levem algum agasalho para a subida (sim, faz bastante frio) e levem uma mochila com água e algo para comer. Por mais que a maioria dos tours ofereçam lanche, pode ser que seja bem fraquinho para o passeio.
Uma introdução básica sobre o vulcão Batur e a trilha:
- Altura: 1717m acima do nível do mar.
- Duração da trilha: em torno de 2 horas.
- Vulcão está ativo até hoje.
- De acordo com nosso guia, já entrou em erupção 26 vezes desde 1849.
- Último erupção foi em 2000.
- Algumas das erupções tiveram atividades explosivas com emissão de lava .
- Batur significada “pedra”.
- De acordo com os locais, mulheres em período de menstruação ou grávidas não podem fazer a trilha por causa do Hinduísmo.
- Vista é incrível, mas as nuvens podem acabar bloqueando bastante da visão.
Então, nosso segundo dia de viagem começou mais cedo que os demais. Eram 2 horas da manhã e eu já estava de mochila, pronto para as duas horas de trilha vulcão a cima para ver o seu famoso nascer do sol!
Como quase todos os tours para o vulcão, uma mini-van nos buscou em nosso hostel e fomos buscando o restante das pessoas que iriam fazer parte do nosso grupo. Após reunir todo mundo, nos levaram para fazer um lanche por conta deles. Esse foi o momento em que todos acordaram um pouco e resolveram se conhecer, até porque não tinha como ficar quieto com um “lanche” daqueles; uma banana e café. Nosso grupo tinha diversas nacionalidades, o que novamente, tornou a experiência ainda mais legal. Uma da Latvia, outra do Reino Unido, Holanda, Inglaterra, Espanha, Eslováquia, França e claro, Brasil.
Por volta das 03:30 chegamos ao ponto inicial da trilha, que era um total breu lotado de grupos preparados para subir o vulcão. Os banheiros do local são bem sujos, então fica a dica aí, né? Vá ao banheiro antes de sair para o passeio.
Cada um recebeu uma lanterna de mão para iluminar o trajeto da trilha até o fim. Eu já fiz um número considerável de trilhas pelo Brasil e por aqui pelo outro lado do mundo e diria que a trilha é super fácil. O ritmo de subida é bem lento, pois o caminho é estreito e subimos em fila de tanta gente lá ao mesmo tempo. Meu único conselho é sempre olhar onde pisa, porque a trilha é feita de várias pedrinhas meio soltas e da metade pra cima, a subida acaba ficando um pouco mais acentuada. Tirando isso, use o tempo para apreciar a vista, conhecer os outros trilheiros do grupo e fazer perguntas para seus guias.
A vista é fascinante do início ao fim da trilha, com montanhas, vulcões, lagos e luzes dos vilarejos acesas ao meio da noite vistas à distância como vocês podem ver aí:
Chegando ao topo do vulcão, fomos recebidos por uma vista linda e tudo que tivemos que fazer foi esperar alguns minutos até os raios do sol começarem a tomar conta da paisagem. Também é possível ver o lago Batur, os vilarejos e até o vulcão Agung, que hoje, está em alto risco de sofrer uma erupção gigantesca.
Após admirar tamanha beleza a todo redor, mesmo que lotado de pessoas, nos deixaram mais livres para poder caminhar ao redor. Foram nos dadas duas opções já que não tínhamos tanto tempo para fazer as duas com calma. Poderíamos ou subir até o ponto mais alto da montanha, que de acordo com os guias, a vista é a mesma, ou ir até a cratera do vulcão e explorar os arredores. Optei por ir para a cratera já que foi o primeiro vulcão que subi na minha vida. Nesse momento, nosso grupo se dividiu e o pessoal que foi comigo para a cratera, compartilhou de uma experiência incrível. Existem vários pontos próximos da cratera em que feixes de fumaça são emitidos do chão devido ao calor. A gente resolveu usar isso ao nosso favor. Primeiro sentamos ao redor de um desses pontos para nos esquentar (sim, ainda estava frio) e além disso, nossos guias nos deram ovos pré-cozidos para comermos com pão lá em cima. Vocês já devem até saber o que fizemos, certo? Isso mesmo, a fumaça funcionou não só como aquecedor para nós, mas para a nossa comida.
Ao redor da cratera, vocês vão encontrar vários desses amiguinhos da foto abaixo e não se deixe enganar pela aparência bonitinha. Eles são bem malandros quando têm interesse por nossos bens materiais. Um filhote viu que eu estava segurando minha garrafa d’água e pulou na minha barriga tentando pegar da minha mão. O ideal é não fazer movimentos bruscos para evitar qualquer arranhão ou mordida.
Falando em animais, se você tiver sorte ou azar, depende do seu ponto de vista, há a chance de você encontrar locais realizando sacrifícios animais até hoje. No meu caso, eu vi uma senhora de idade com um pato dentro de uma gaiola. Eu nem imaginava o que ela ia fazer (inocente eu, não?). Foi só eu parar de olhar para ela, que ela puxou um facão e sacrificou o pato ali na frente de todos. Não acho que seja algo tão comum por lá, mas é possível ver de vez em quando.
Chegando à beira da cratera, só é possível ver pedras cratera abaixo e fumaça saindo do fundo. Eu não consegui ver o fim do “buraco”, até porque não quis me arriscar a ir tanto na beira com tanta pedra solta por perto.
Quando for a hora de voltar, a paisagem toda vai estar iluminada já com o sol brilhante e forte. Quando a descida começar, reparem na área tomada por preto. De acordo com nosso guia, por causa das erupções, a área foi tomada por cinzas e hoje, dificilmente algo cresce lá.
Tomem cuidado na volta, quase todo mundo do meu grupo caiu por conta das pequenas pedras deslizando ao pisarmos. De todo mundo, só eu e a Inglesa não caímos, já o resto caiu múltiplas vezes.
Não preciso nem dizer que depois de tudo isso, todos estavam exaustos, né? Os guias nos ofereceram uma visita à mesma plantação de café onde fui e contei para vocês no primeiro episódio dessa viagem, mas todos acharam melhor ir para suas respectivas acomodações e descansar. Não eram nem 14:00 e eu sentia que tinha que aproveitar mais do dia apesar do cansaço. Por isso, acrescentei a caminhada Campuhan, conhecida como “Campuhan Ridge Walk”. Fica a uns 10-15 minutos de caminhada do coração da cidade e, como o restante ao redor, é tomada por verde ao longo de seu caminho.
Como sempre, o melhor de viajar é simplesmente sair por aí, explorando os lugares nos mínimos detalhes e “esperar o inesperado”. Passei por essa rua cheia de árvores com galhos e folhas caindo, formando uma espécie de túnel, muito próximo da entrada da caminhada. Também tem um templo logo no início, porém não tinha como acessá-lo quando eu estava lá.
O caminho por essa “trilha” é bem longo, e como eu não tinha muito o que fazer no dia, resolvi ir até onde eu quisesse. Não cheguei até o fim, mas acabei em uma espécie de vilarejo com não muito para se fazer ou ver de diferente. Resolvi voltar e curtir a noite pela cidade, jantar e provar mais algumas das deliciosas comidas da Indonésia, pois no próximo dia seria a hora de sair de Ubud para algum lugar novo.
Mas não se preocupem, acabei voltando alguns dias depois para conhecer mais um pouco do que faltou e contar para vocês aqui!
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Oi, Daniel. Tudo bem?
Você se recorda de quem contratou pra fazer a subida ao vulcão?
Estou indo final do mês e como estamos programando ir no primeiro dia, queria já deixar acertado o passeio.
Seu blog é muito legal! Tem me ajudado bastante!
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Olá, Fernanda! Tudo bem sim e com você?
Desculpe a demora para responder! Estou voltando para o Brasil logo logo e tem sido uma correria por aqui.
Bali tem uma coisa muito legal que é o fato de você não precisar reservar as coisas com antecedência. Você pode simplesmente chegar em Ubud e você vai ver para tudo quanto é lado agências que te oferecem o passeio até o topo do vulcão para o nascer do sol. Eu mesmo, cheguei em Ubud e reservei na noite anterior, ou seja, poucas horas antes da saída.
De qualquer forma, eu não achei o nome da acomodação que fiquei e nem o da agência, até por que era uma banquinha bem simples. Mas pelo Google Street View eu consegui encontrar e parece que o endereço é: 14 Jl. Monkey Forest, Ubud – Bali.
Segue o link para você ver onde fica (placa azul escuro) aqui eu fiz:
https://www.google.com/maps/@-8.5089504,115.2616589,3a,75y,265.65h,83.92t/data=!3m6!1e1!3m4!1snOerpwqFsHzr6wutDg8hOg!2e0!7i13312!8i6656
Mas como disse antes, opção não vai faltar! A minha melhor dica é que você pode negociar preço pra quase tudo por lá. E isso inclui os passeios (ainda mais se forem mais pessoas contigo comprar).
Se quiser continuar trocando ideia sobre a Indonésia, me manda mensagem pelo Instagram que eu respondo bem mais rápido! @wootsong
Espero ter ajudado! Curte bastante a viagem!