Tempo de leitura: 8 minutos
Situada no município de Resende (Rio de Janeiro), a área de proteção ambiental da Serrinha do Alambari abrange as comunidades de Serrinha e Capelinha. Ela protege a parte alta das microbacias dos rios Alambari e Pirapitinga.
São 4.500 hectares de vasta paisagem montanhosa e belíssimas cachoeiras de águas frias e cristalinas, considerados uma importante estância climática do estado fluminense.
Neste artigo, você vai conhecer a história desse lugar e também as mais imponentes e convidativas cachoeiras da Serrinha do Alambari. Se você gosta de unir aventura com banhos em quedas d’água, continue lendo para saber de todos os detalhes!
Um pouco da história da área de proteção ambiental da Serrinha do Alambari
Consta que até o final do século XIX, grande parte da Serrinha do Alambari era coberta pela Mata Atlântica e constituía a área menos explorada das fazendas da região. Parte das terras foi aproveitada no auge do ciclo do café em Resende.
Ao longo da primeira metade do século XX, as fazendas foram dando lugar a propriedades menores, dedicadas à lavoura. Entretanto, os solos pobres não permitiam um maior desenvolvimento da agricultura no local.
A partir da década de 1940, a ocupação da região começou a ficar desordenada. Neste período, inicia-se a extração de madeira, a produção de carvão e avança o desmembramento das terras.
Diversas famílias, vindas do sul de Minas Gerais e do Vale do Paraíba, plantavam ali para a própria a subsistência. A pecuária extensiva substituiu os cafezais e se expandiu também pelos vales e encostas da Serrinha. Entretanto, assim como ocorreu com a lavoura, o café não encontrou ali um ambiente produtivo.
Nos anos 1950 começaram a surgir, ainda que em pequena escala, construções e loteamentos para veranistas. Essa atividade começou a se intensificar com a instalação do Camping Clube do Brasil, na década de 1970.
A partir dessa data, a vocação turística da Serrinha do Alambari começou a ganhar destaque nacional. A população local quase triplicou e surgiram os problemas relacionados à contaminação dos mananciais, incluindo casos de hepatite. Hábitos e costumes oriundos das cidades (vestuário, alimentação, gírias etc.) foram aos poucos assimilados pela população local.
Mas foi nos anos 1980, com o crescimento da procura por ambientes naturais pelos habitantes metrópoles, que os recursos hídricos da região começaram a apresentar sérios problemas. Por outro lado, na mesma medida em que a demanda de serviços para o turismo e novas residências aumentava, a vegetação se regenerava nos pastos e lavouras abandonadas. Hoje é notável a presença de mata secundária com aspecto de mata primária.
Em 1989, uma associação de moradores levou ao poder público sua preocupação com a natureza regional. E nascia ali a Área de Proteção Ambiental da Serrinha, hoje responsável por delimitar o que pode e o que não pode ser feito na região.
10 cachoeiras belíssimas na Serrinha do Alambari
Um dos atrativos da Serrinha do Alambari, para quem gosta de aproveitar áreas de proteção ambiental com consciência, são suas belas cachoeiras. Confira, a seguir, quais são elas.
1. Cachoeira das Esmeraldas
A Cachoeira das Esmeraldas, (ou da Esmeralda, como também é chamada) é a mais imponente da região. Sua queda d’água não é grande, mas a paisagem que se forma a partir da composição com o pocinho e a vegetação ao redor é realmente linda.
Como todos os demais poços da região, a água costuma ser bem fria. E cristalina. E, apesar da fama, a Cachoeira das Esmeraldas nunca está muito cheia de gente. Então, se você der sorte de ir em um dia bem ensolarado, vai poder aproveitar com máxima tranquilidade, fazer suas fotos e relaxar.
2. Cachoeira do Poço da Sauna
O Poço de Cima tem uma cachoeirinha um pouco mais “espalhada”. A água, também cristalina e bastante fria, desce de uma rocha grande talhada pela queda frequente.
Além da cachoeira, o grande atrativo do lugar é uma sauna. Isso mesmo, tem ali ao lado uma sauna um tanto quanto rústica.
3. Cachoeira do Poço de Cima
Subindo um pouquinho, você vai encontrar o Poço de Cima. A cachoeirinha que escorre por uma fenda levemente estreita, desagua em um pocinho de beleza ímpar. Bem no meio da lagoinha tem uma pedra arredondada onde cabe apenas uma pessoa. Dá para tomar um sol ali ou fazer poses para fotos que, com certeza, vão render muitas curtidas no Instagram.
4. Cachoeira do Poço da Coruja
O Poço da Coruja é bem rasinho, com uma extensão um pouco maior que o Poço de Cima (em largura). Ali, como nos demais, a cachoeirinha também é pequena e muito linda. O diferencial é que são vários “degraus” de queda d’água, o que resulta num “véu” bem belo.
5. Cachoeira do Poço Champagne
Com uma queda linda entre diversas rochas grandes e arredondadas, a cachoeirinha do Poço Champagne também é imperdível. O pocinho que se forma aos seus pés é bem peculiar, pois é possível ver no fundo (que é bem rasinho) centenas de pedras arredondadas — será que vem daí o nome “champagne”; das pedras redondas que parecem borbulhas da famosa bebida francesa? É realmente um visual bem inusitado, vale a pena conferir.
6. Cachoeira do Poço Dourado
Assim como nos demais, o Poço Dourado é uma lagoinha rasa que se forma a partir de uma queda d’água pequena. Recebe esse nome, pois ao fundo, as pedras são de um marrom quase cor de ouro. É possível saltar de uma pedra a outra, o que é bem convidativo a um banho de sol e um refresco merecido. Aproveite-o para relaxar bastante e curtir a sombra da vegetação ao seu redor.
7. Poço do Bananal
Esse poço é um pouco mais reservado e possui um ambiente mais selvagem, com muitas bananeiras ao seu redor e várias hidromassagens naturais.
8. Poço do Céu
A trilha para o Poço do Céu não é complicada e vale muito a pena, pois a cachoeira e o poço são muito lindos. A queda d’água de mais ou menos 10 metros se dá em uma rocha oval, que mais parece um portal. Aos seus pés forma-se um pocinho que, por sua vez, deságua num poço maior. Digamos que o Poço do Céu tem dois andares. Neste de baixo, é possível mergulhar. Um adulto ali fica com água até o peitoral. A água é transparente.
9. Poço dos Dinossauros
O Poço dos Dinossauros fica abaixo do Poço do Céu. No final da trilha que leva até ele, você vai vê-lo do alto. Vai perceber que a água é bem límpida e que a vegetação ao redor dá um tom bem esverdeado para a água. Desça e mergulhe. Ele é um pouco mais fundo que o Poço do Céu, então você pode até se jogar das pedras para dentro da água.
10. Poço da Turmalina
O Poço da Turmalina é o mais recente aberto à visitação e fica no mesmo terreno do Poço do Céu e dos Dinassauros. Quando visitamos a região, o proprietário nos falou que ainda estava abrindo a trilha para ele. Hoje, já é possível visitar. Ele fica 60 metros depois do Poço do Dinossauro.
Como chegar à Serrinha do Alambari
→ Saindo do Rio ou de São Paulo
Pegue a entrada na Dutra para Penedo e sega direto. Chegando no trevo, não entre em Penedo. Siga direto e entre à esquerda, 3,0 km depois de Penedo.
→ Saindo de Penedo
Basta sair da cidade e, no trevo, virar à esquerda, pegando a estrada no sentido Visconde de Mauá. Depois de 3,0 km você vai ver a entrada à esquerda para Serrinha do Alambari. Atenção: a estrada é de terra é mais indicada para veículos 4×4.
→ Saindo de Visconde de Mauá
Desça a serra e preste atenção na entrada, virando à direita.
Que tal colocar as cachoeiras da Serrinha do Alambari na sua lista de lugares a conhecer nas próximas férias? O que você achou das informações deste post? Deixe seu comentário!