Conheça tudo sobre o Pico da Tijuca – Floresta da Tijuca – RJ

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O Pico da Tijuca com 1.021 metros de altitude, é o segundo mais alto da cidade do Rio de Janeiro tendo sua silhueta praticamente visível de toda cidade e das cidades vizinhas. Ele só perde o imponente título de montanha mais alta da cidade para o Pico da Pedra Branca, situado no maciço de mesmo nome, com 1.024 metros.

Apesar de ser a montanha mais alta do Parque Nacional da Tijuca, a sua trilha é perfeita para o iniciante, não oferecendo maiores desafios, além de grande parte da trilha ser protegida pela sombra das árvores. O único frio na barriga que algumas pessoas possam ter é no lance final quase chegando ao cume, nesse ponto existe uma escadaria de 117 degraus cavada na própria rocha, com proteção de um corrimão feito de correntes de ambos os lados.

Como chegar na trilha do Pico da Tijuca

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Para chegar lá basta pegar a estrada para o Alto da Boa Vista, seja saindo da Tijuca ou da Barra (a via funciona em mão dupla), e procurar a Praça Afonso Vizeu. Ali está um dos acessos ao parque que é o mais perto para chegar ao destino em questão. É permitida a entrada de carros e é possível seguir em automóvel até a base da trilha, no Bom Retiro, ponto final de uma estradinha dentro da Floresta. Se preferir caminhar desde a praça, soma-se quase uma hora.

A trilha do Pico da Tijuca

A principal trilha para o Pico da Tijuca começa no Largo do Bom Retiro, que se encontra a aproximadamente 685 metros do nível do mar, o largo está situado no final da estrada dos Picos que se inicia junto à sede do Parque (Barracão).

O percurso é bem sinalizado e sua dificuldade é moderada. No passeio em mata fechada é possível esbarrar com borboletas, ouvir o canto dos pássaros, avistar micos divertindo-se pulando de um galho para o outro, lagartos fugindo com medo dos nossos passos, além de insetos e teias de aranha. Além disso, a trilha é bem protegida do sol até o ponto onde o caminho chega na rocha que forma o pico em si, daí em diante há pouca sombra e o terreno fica bem mais inclinado.

Início da Trilha

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O inicio da da trilha é o mesmo que segue para o Bico do Papagaio, sendo ela relativamente fácil, bem marcada e protegida pela sombra das árvores. Ela começa em um aclive suave em ziguezague até a primeira bifurcação, a trilha correta para o Pico da Tijuca é a da direita.

Se você quiser ir até o Bico do Papagaio ou para o Cocanha, a opção é a da esquerda. Após essa bifurcação a trilha segue até a encosta do Costão do Pico da Tijuca, passando então a acompanhar a vertente Nordeste do Pico em outro ziguezague até chegar no seu dorso, nesse ponto se prestarmos atenção encontraremos uma entradinha a esquerda.

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Neste ponto é a trilha que segue para o Pico da Tijuca Mirim, pois ela não é muito clara, se seguir direto na trilha principal chegará em 5 minutos na escadaria de pedra que dá acesso ao Pico da Tijuca.

De lá é possível ter uma bela vista da cidade e também ver a escadaria que leva ao Pico da Tijuca. É uma ótima parada antes de chegar topo.

Escada do Pico da Tijuca

O corrimão foi construído com 120 metros de correntes e 62 hastes margeando os degraus, mas pela falta de conservação estão faltando cerca de 30 metros de correntes, as hastes em virtude de serem encravadas na rocha sofreram mais que as correntes a ação da ferrugem e corrosão.

Apenas 17 delas ainda se encontram afixadas, sustentando as correntes. 13 hastes desprenderam-se da base, porém permanecem ligadas às correntes e 2 hastes estão soltas, sendo que 30 delas não existem mais.

Depois de superado esse desafio que dá medo para muitas pessoas, você já chegará ao topo do Pico da Tijuca. Portanto, não é hora de desistir. Siga em frente que vai dar tudo certo e, se tiver medo, é só não olhar pra trás.

Vista do Pico da Tijuca

Finalmente, lá do alto, conseguimos observar a cidade em 360 graus, e avistamos a extensão da orla, a Lagoa Rodrigo de Freitas, o Cristo Redentor, o Maracanã, a Ponte Rio-Niterói e até o Engenhão.

A temperatura é bem mais baixa, venta bastante e é recomendado levar um agasalho, quando o dia não estiver ensolarado. Outra boa pedida é levar água e lanchinhos, e fazer da base da montanha mesa para um piquenique nas alturas, porém o difícil será encontrar um lugar que tenha sombra.

Do cume do Pico vislumbramos a cidade em uma incrível tela panorâmica: olhando para o norte avistamos toda a zona norte, o subúrbio da cidade, a Baixada Fluminense e o Maciço do Mendanha, mais ao fundo ainda olhando nesse sentido se o tempo estiver bem limpo é possível ver uma tênue silhueta da cadeia de Montanhas que compõem a Serra dos Órgãos.

Olhando para nordeste vemos o centro da cidade além da Baia de Guanabara riscada pela Ponte Rio-Niteroí. Desviando levemente o olhar para o leste vemos parcialmente Zona Sul da cidade, a pontinha do famoso Pão de Açúcar, a Pedra do Elefante em Niteroí e até mesmo a Praia de Itaipuaçú essa já na cidade de Maricá.

Agora olhando para o sul, além da praia da Barra da Tijuca, são visíveis as escarpas da Agulhinha da Gávea, Pedra Bonita e Pedra da Gávea, com os Dois Irmãos abrindo o desfile. Desviando um pouco mais para o oeste vemos a baixada de Jacarepaguá e ao fundo o Maciço da Pedra Branca.

Para finalizar o show baixamos os olhos para nos surpreendemos com uma espessa manta verde da Floresta, ondeando em semitons a perder de vista sendo salpicados pelo cinza dos granitos dos cumes das montanhas que cercam o Parque.

História da Trilha

O biólogo alemão Hermann Burmeister abriu em 1853 a primeira trilha até o cume do Pico da Tijuca, o objetivo dele era coletar e estudar algumas espécies da fauna e flora de nossa Mata Atlântica. Em 1885, o Barão d’Escragnolle que na época era administrador da floresta, sinalizou a trilha, para auxiliar os montanhistas.

Existem muitas versões da história relacionada à construção da escadaria final para o cume do Pico da tijuca, algumas delas até controversas. Nessas versões variam muito as datas da construção, o nome do presidente e até tem versões que falam que foram esculpidas por escravos, mesmo se passando mais de 30 anos da “Lei Áurea”. A versão mais aceita é que ela foi esculpida na rocha por ordem do então Presidente da República Epitácio Pessoa para facilitar a subida ao cume do Rei Alberto I da Bélgica, um entusiasmado montanhista, que a convite do presidente visitou o local em 1920. Diz-se, ainda que o trabalho foi em vão, pois, como bom montanhista, o nobre visitante teria preferido subir pela rocha dispensando os degraus além de achar aquilo um absurdo e na volta o rei preferiu descer pelo Costão, trilha perigosa na lateral do pico.

A ascensão do rei aconteceu em um chuvoso 24 de setembro, que após almoçar no Hotel Itamaraty o rei e sua comitiva seguiram para a floresta da Tijuca, mas os carros ficaram atolados nas proximidades do mirante Excelsior. O rei desceu e resolveu continuar a pé até o mirante, a vista era bela, mas o dia não ajudava por encontrasse chuvoso. Nesse momento um funcionário da repartição de águas, o guarda Theodoro da Silva, comentou ao rei sobre a existência de uma trilha até o alto do Pico da Tijuca. Nem uma palavra mais, lá foram todos.

Os carros ficaram novamente atolados na lama nas vizinhanças do que hoje é o Bom Retiro. O rei saltou do carro e com passo veloz iniciou o percurso da trilha acompanhado por Theodoro da Silva e pelo engenheiro Lacerda da prefeitura, para o desespero do resto da comitiva e de alguns poucos jornalistas que não conseguiam acompanhar os passos do monarca.

Chegando perto do cume o rei de deparou com a escadaria, que já existia, ele se mostrou curioso e disseram a ele que esta foi construída em sua homenagem. Por volta das 15h00 o rei e a sua comitiva alcançaram o topo do Pico da Tijuca, o rei maravilhado com a aventura e com o visual que ele estava vendo clamou em voz alta: “O vosso país tem a mais sedutora e empolgante Natureza do mundo”. Por volta das 15h45min iniciaram a descida, passaram novamente pelo Hotel Itamaraty onde tomaram um saboroso chocolate e retornaram ao Palácio Guanabara por volta das 18h00.

Quatorze anos depois, Alberto I viria a falecer, como resultado de uma queda durante um rappel em Marche-les-Dames, perto de Namur na Bélgica.

Recomendações

  • A trilha é indicada para pessoas com bom condicionamento físico e que fazem atividades físicas com frequência;
  • Use tênis confortável com meias, e solado para trilhas;
  • Carregue os seguintes pertences numa mochila resistente e confortável:
    • Garrafa de 2 litros d’ água;
    • Lanche de trilha (Sanduíche, Biscoito, Barra de Cereais, Frutas, etc…);
    • Boné ou Chapéu;
    • Protetor solar; Repelente; Saco de lixo; Óculos escuros;
    • Capa de chuva; agasalho, Máquina fotográfica;
    • Medicamento de uso pessoal e documentação(RG, CPF e carteira do plano de saúde).

Confira o mapa da trilha abaixo:

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