Cataratas Argentinas: o que fazer no Parque Nacional Iguazú (Argentina)

Tempo de leitura: 6 minutos

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Embarcamos em uma jornada para explorar uma das maravilhas naturais mais espetaculares do mundo: as Cataratas del Iguazú, localizadas no Parque Nacional Iguazú, na Argentina. Acordamos cedo, às 6h30, com a expectativa e a excitação já tomando conta de nós. Após um café da manhã rápido no hotel, saímos um pouco antes das 8h, prontos para enfrentar um dia cheio de aventuras.

Nosso primeiro destino foi o Terminal de Transporte Urbano, que ficava a uma caminhada de cerca de 12 minutos do hotel. Apesar da curta distância, o frescor da manhã e a perspectiva do que estava por vir tornaram o percurso especial. Ao chegarmos ao terminal, fomos direcionados ao ponto de ônibus internacional, localizado na rua logo atrás do terminal. Depois de quase uma hora de espera, o ônibus da empresa Cruzero del Norte finalmente chegou, e embarcamos rumo a Puerto Iguazú, na Argentina.

A viagem até a aduana, a fronteira entre o Brasil e a Argentina, durou cerca de 25 minutos. O processo de imigração foi rápido, permitindo que continuássemos nossa jornada sem muitos contratempos. Ao chegarmos em Puerto Iguazú, fomos aconselhados a seguir até o terminal rodoviário local devido a uma manifestação que bloqueava parcialmente a estrada que leva ao parque. Com o apoio da empresa de transporte Rio Uruguay, que nos assegurou que a rota até o parque estava transitável, compramos nossas passagens e seguimos viagem.

Após alguns percalços no caminho devido à manifestação, chegamos ao Parque Nacional Iguazú por volta das 10h30. Esse parque, reconhecido como Patrimônio Mundial pela UNESCO, é um dos mais importantes da Argentina e abriga as icônicas Cataratas del Iguazú, que são formadas por 275 quedas d’água ao longo de quase 3 km do rio Iguaçu. Como já havíamos comprado os ingressos online, evitamos filas e entramos direto no parque, ansiosos para iniciar nossa exploração.

Decidimos começar nossa visita pelo Sendero Verde, uma trilha de 600 metros que leva até a Estação de Trem Cataratas. Esse pequeno percurso nos deu uma primeira impressão da diversidade natural do parque, repleto de árvores nativas e fauna local. A chegada à Estação Cataratas foi estratégica, pois, além de permitir o acesso ao Caminho Superior e ao Caminho Inferior, nos deu a opção de pegar o trem para a Garganta do Diabo, a maior e mais impressionante das quedas.

Nossa primeira escolha foi explorar o Caminho Superior. Essa trilha de 1.750 metros de extensão proporciona uma visão panorâmica das quedas d’água, oferecendo uma experiência única de observar as cataratas de cima, onde o rio parece se dividir em várias corredeiras antes de despencar com uma força impressionante. Embora o percurso estivesse cheio devido a excursões, conseguimos encontrar nosso ritmo e desfrutar de momentos tranquilos nos mirantes, onde a magnitude das quedas se revela em toda sua glória. Algumas quedas estavam com menor volume de água devido à época do ano, mas ainda assim a vista era de tirar o fôlego.

Depois de completar o Caminho Superior, partimos para o Caminho Inferior. Diferente da trilha anterior, o Caminho Inferior não é acessível, pois inclui escadas e terrenos mais acidentados. No entanto, é justamente essa característica que torna o percurso ainda mais emocionante. A trilha, que tem cerca de 2.500 metros, oferece uma perspectiva mais próxima e íntima das cataratas. Um dos pontos altos desse trajeto foi a primeira descida, onde fomos surpreendidos por uma vista espetacular da Garganta do Diabo. Cada mirante ao longo do Caminho Inferior nos presenteava com vistas únicas das quedas, algumas com arco-íris formados pela névoa da água.

No entanto, o Caminho Inferior também nos trouxe uma surpresa menos agradável: um dos mirantes mais próximos das quedas, que nos lembrávamos de visitas anteriores, estava fechado para manutenção. Seguimos então até os últimos mirantes acessíveis, onde o Salto Dos Hermanas se destacou com sua beleza intacta, ainda que algumas outras quedas estivessem secas.

Após explorar essas trilhas, voltamos à Estação Cataratas para pegar o trem até a Garganta do Diabo, a joia da coroa do Parque Nacional Iguazú. Fizemos uma pausa rápida para um lanche – três empanadas e uma Coca-Cola, que nos custaram 1.500 pesos – antes de embarcar no trem. O trajeto de 3 km foi tranquilo e nos deu tempo para apreciar a vegetação densa ao redor, uma verdadeira imersão na natureza.

Ao descer do trem, enfrentamos a última trilha do dia, uma caminhada de 1.100 metros sobre passarelas que se estendem sobre o rio Iguaçu, levando-nos até o mirante da Garganta do Diabo. Esse momento foi o ápice do nosso dia. A Garganta do Diabo, com seus 80 metros de altura e um volume de água impressionante, é uma das quedas mais poderosas do mundo. O mirante proporciona uma vista espetacular, com a água caindo em grande quantidade e criando uma nuvem de névoa que sobe do abismo. A força e o som das águas são avassaladores, deixando-nos hipnotizados. É impossível não se molhar com as gotículas que voam em todas as direções, mas isso só aumenta a sensação de estar conectado com a natureza em seu estado mais puro e selvagem.

A estrutura do mirante oferece três pontos de observação diferentes. Cada um proporciona uma perspectiva única: à esquerda, temos uma vista ampla do rio e das várias quedas menores que se juntam antes de formar a Garganta; no centro, podemos apreciar a grandiosidade da Garganta do Diabo e, à direita, a vista mais procurada, onde é possível contemplar a garganta em toda a sua magnitude. Ficamos ali por um bom tempo, absorvendo cada detalhe, tirando fotos e simplesmente admirando a obra-prima natural diante de nós.

Após essa experiência inesquecível, começamos nosso retorno pelo mesmo caminho, pegando o trem de volta à Estação Central. O trajeto de volta foi um momento de reflexão, relembrando tudo o que vimos e vivemos naquele dia.

Ao sair do parque, pegamos o ônibus de volta para o terminal rodoviário de Puerto Iguazú. Ainda tivemos tempo de descer a Rua Misiones até a feirinha na Avenida Brasil, onde compramos alfajores como lembrança dessa viagem incrível. A volta para Foz do Iguaçu foi um pouco mais lenta devido às paradas nas aduanas, mas chegamos ao hotel por volta das 20h, exaustos, porém realizados.

Explorar as Cataratas del Iguazú pelo lado argentino foi uma experiência incomparável. A grandiosidade e a beleza das quedas d’água, somadas à riqueza da fauna e flora do Parque Nacional Iguazú, fazem deste um destino que deve estar na lista de qualquer amante da natureza. Após um dia tão intenso e gratificante, só nos resta descansar e recuperar as energias, pois o amanhã nos reserva mais aventuras.

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