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A Floresta da Tijuca é a maior floresta urbana plantada pelo homem. Mas nem todos conseguem visitar e conhecer seus cantos, que não são poucos.
Esse é o caso de portadores de necessidades especiais, que dependem de auxílio para visitar com segurança a maioria dos atrativos turísticos nessa floresta e em todo o Parque Nacional da Tijuca.
Por isso, na comemoração dos 50 anos do PARNA Tijuca em 2011 foi inaugurado o Caminho Dom Pedro Augusto, uma alternativa adaptada para a Educação Inclusiva principalmente de cadeirantes e deficientes visuais, que encanta a todos que visitam.
A seguir vamos passar algumas dicas para você aproveitar o melhor dessa trilha inclusiva na floresta.
Como chegar
A entrada do Parque Nacional da Tijuca pelo setor da Floresta da Tijuca se dá ao lado da Praça Afonso Viseu, no Alto da Boa Vista, na cidade do Rio de Janeiro. O acesso é gratuito, o parque é bem conservado e funciona de 8 às 17h, com uma hora a mais durante o verão.
Para quem vai de carro pode subir tanto para o Alto da Boa Vista pela Tijuca quanto pela Barra da Tijuca; ou pela Estrada da Vista Chinesa para quem sai do Jardim Botânico; ou pelas estradas do Redentor ou do Sumaré para quem sai do Cosme Velho e Santa Teresa. Há vagas para estacionamento próximas.
Para quem vai de transporte público, há estação de metrô na Praça Saenz Peña, de onde saem ônibus para a Praça Afonso Viseu, onde está a entrada do Parque.
As vias asfaltadas são sinalizadas na Floresta da Tijuca, destinando uma parte como ciclo faixa, onde há maior segurança para transitar sem motor.
O Caminho Dom Pedro Augusto
A história dessa trilha vem desde Imperatriz Leopoldina, primeira esposa de D. Pedro I, que estudou educação naturalista e utilizava essa área para receber convidados.
A trilha do Caminho Dom Pedro Augusto é muito frequentada por cadeirantes, deficientes visuais e trilheiros variados. Ela fica bem pertinho da trilha da Cascata Gabriela.
Isso porque é mais larga que a média das outras trilhas do parque, é praticamente plana, e conta com corda de borracha em um lado e informações inclusive para deficientes visuais.
Inicia no Jardim dos Manacás, a 3,1 km da entrada do parque, pouco abaixo do Restaurante Os Esquilos, na Estrada da Cascatinha, e termina próximo da administração dessa unidade de conservação, no Barracão que fica na Estrada dos Picos, do outro lado da Floresta da Tijuca.
O Jardim dos Manacás era o ponto em que Leopoldina costumava reunir damas da corte para tomar chá. No centro está a Fonte Wallace, que foi doada pelo governo francês no século XIX. Ótimo ponto de parada e conhecimento da história local e do percurso à frente.
São 630 metros de comprimento desse caminho, que sobe até 4 metros e é todo sinalizado. A vegetação traz a tranquilidade e o clima mais ameno, enquanto que na paisagem a natureza se mistura com construções de estilo romântico do século XIX.
Placas de alumínio indicam os nomes científicos e vulgares de 19 espécies importantes para a conservação da Mata Atlântica, inclusive em braile. Entre elas os jequitibás e paus-ferro, que eram adorados por Leopoldina.
Outras espécies conhecidas que estão identificadas em braile: bananeirinha, cedro-rosa, ingá, ingá-quatro-quinas, ipê verde, manacá, palmito-jussara, pau brasil, sálvia e samambaia.
Para chegar próximo das árvores e poder sentir o cheiro e a textura delas, a estrutura de corda de borracha é um ótimo auxílio.
Uma ponte projetada pelo paisagista francês Auguste Glaziou é um dos lugares ideais para descansar e sentir a floresta. Uma bica no caminho também é indicada para aguçar os sentidos na natureza.
O jardim sensorial com espécies nativas é um ponto imperdível para qualquer visitante. Ao longo do caminho há pontos para descanso. Tanto no Centro de Visitantes (antes tra trilha), quanto no Restaurante Os Esquilos encontramos banheiros e nesse centro podemos pegar informações e folhetos educativos.
Dicas para os aventureiros
Há restaurantes, praças, espaços para lanches e banheiros em alguns pontos da Floresta da Tijuca. Também na Praça Afonso Viseu existe um restaurante e, a 5 minutos andando no sentido Barra da Tijuca, há um posto de gasolina.
Para quem não tem necessidades especiais, esta é uma chance de testar sua adaptação, por exemplo, vendando os olhos na companhia de amigos para auxiliar. Trabalhar a tal da empatia e a entrega, um desafio e tanto não?
Não é permitido acampar nem há hospedagens para turistas dentro da Floresta da Tijuca. Porém, a proximidade de bairros das Zonas Norte, Oeste e Sul cariocas dão muitas opções de comércio e serviços.
Se proteja contra mosquitos e radiação solar. Por fim, lembre-se de levar o seu lixo embora. A natureza agradece.