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A Floresta da Tijuca é a maior área verde que avistamos quando estamos vendo imagens panorâmicas do Rio de Janeiro. Ela é um dos quatro setores que compõem o Parque Nacional da Tijuca.
Ela tem esse nome originário da língua indígena Tupi, que significa ‘água podre’, em referência à Lagoa da Tijuca, uma área de mangue e água parada no sopé da área florestal.
Se engana quem pensa que trata-se de uma vegetação original. A Floresta da Tijuca foi reflorestada durante o Segundo Reinado, pois vinha sendo sistematicamente devastada para o cultivo do café, o então “ouro negro brasileiro”. Não que as autoridades da época se preocupassem com o verde, na verdade eles sentiram a natureza cobrando quando começou a faltar água potável.
Esta área é tão importante que estima-se que hoje vivam ali mais de 230 espécies de animais e aves. É também um importante espaço de lazer com trilhas que levam para cachoeiras, mirantes e espaços privilegiados para a prática de montanhismo, ciclismo, caminhadas e até corridas.
→ Para conferir diversos textos, imagens e vídeos sobre trilhas no Parque Nacional da Tijuca, clique aqui!
Circuito das Grutas da Floresta da Tijuca
Um dos circuitos mais requisitados por aventureiros de todo o mundo é o Circuito das Grutas da Floresta da Tijuca. Ele é uma excelente experiência para quem gosta de se integrar à natureza e conhecer os recantos mais exclusivos e mágicos da área verde do Rio. E é justamente sobre os principais atrativos dele que vamos nos aprofundar a partir de agora. Acompanhe!
Para começar, aperte o play no episódio 3 do Vamos Trilhar, nosso programa no YouTube, para acompanhar o dia em que fizemos a trilha das grutas na floresta:
Agora vamos, no detalhe, conhecer um pouco das diversas grutas que fazem parte deste circuito. Conheça tudo sobre as grutas que mais se destacam:
Gruta Paulo e Virgínia
Conta-se que o imperador Dom Pedro II conferiu ao seu amigo Gastão Luís Henrique de Escragnolle, o Barão de Escragnolle, a função de administrador da Floresta da Tijuca. Francês, este nobre senhor foi muito importante na empreitada de reflorestamento da floresta.
Como era grande amante da leitura, acabou por dar a algumas grutas e locais da floresta nomes de personagens literários. Assim foi com a gruta Paulo e Virgínia, nome oriundo do romance Paul et Virginie de Bernardin de Saint-Pierre.
É uma das mais conhecidas, especialmente pela acessibilidade. Possui uma cavidade pequena, formada por dois blocos superpostos. Ao que tudo indica, ocorreu ali uma espécie de deslizamento de pedras dando origem à gruta.
Gruta Gabriela
Esta é uma das mais charmosas grutas do circuito. Sua entrada tem bastante verde e tem ainda uma pequena cascatinha que desagua em lagoinha muito bonita. Logo acima dela, há uma cachoeira, que é a continuação da Cascata Diamantina. E subindo à esquerda também pode-se visitar as ruínas do Humaitá e a Fazenda.
Gruta Bernardo de Oliveira
Essa é uma gruta com pequenas estalactites (formações rochosas sedimentares que se originam no teto). Ganho esse nome em homenagem ao cafeicultor que colaborou com o reflorestamento da região juntamente com o Barão de Escragnolle.
Gruta dos Morcegos
A Gruta dos Morcegos é frequentemente citada como a terceira maior do Brasil. Por isso, é muito visitada para para estudos geológicos. Ela mede cerca de 20 metros de altura, 8 de largura e 100 de comprimento. Se você quiser vê-la logo no início do seu passeio pelo Circuito, faça o sentido contrário ao que estamos apresentando aqui.
Gruta do Belmiro
A Gruta do Belmiro está há cerca de 25 minutos do Restaurante Floresta. Ela tem cerca de 30 metros de altura e recebeu este nome, pois o tal do Belmiro foi um dos ajudantes do Barão de Escragnolle.
Gruta do Archer
A Gruta do Archer está, praticamente, em frente da Gruta do Belmiro. Ela é uma imensa formação rochosa que faz com que o aventureiro se sinta muito pequeno diante de sua imponência. Seu nome é também uma homenagem, desta vez ao Major Manoel Gomes Archer, o primeiro encarregado do reflorestamento da Floresta da Tijuca.
Ruínas do Sítio Humaitá
A Fonte Humaitá, construída por Escragnolle, está em péssimo estado de conservação. O local, hoje chamado de Sítio Humaitá, é um amontoado de ruínas próximas ao recanto Paulo e Virgínia.
De qualquer forma, o visitante pode imaginar a beleza que um dia houve ali ao observar que a água verte de um tubo para uma banheira do século XIX esculpida com motivos florais e uma esfinge de sátiro.
Vista do Almirante
Outro ponto alto do Circuito das Grutas da Floresta da Tijuca é a vista do Almirante, de onde é possível ter uma visão privilegiada do Rio de Janeiro. De lá, é possível ver a Pedra Bonita, a Pedra da Gávea a Agulhinha e boa parte da Floresta.
O local, indicam alguns guias, seria uma homenagem ao avô do antigo administrador do parque (Escragnolle), o Almirante Beaurepaire.
Cascata Diamantina
A Cascata Diamantina tem uma energia toda especial, pois está ‘escondida’ em uma espécie de santuário. A água, que costuma ser bem gelada, escorre da parede da gruta e parece dançar sobre as pedras formando poças que têm tamanhos variados conforme a intensidade da vertente.