O que fazer em Lídice: Roteiro de 4 dias e 3 noites (Rio Claro - RJ) #107

Tempo de leitura: 10 minutos

No carnaval de 2019 fomos convidados pelo Lucas Lídice e pelo Lídice Eco Hostel para explorar as belezas de Lídice, distrito de Rio Claro, que fica no interior do Rio de Janeiro.

Conhecemos vários lugares um mais lindo que o outro é nos perguntamos. Como pode ter isso no Rio de Janeiro e pouca gente saber? Mesmo com a chuva que estava por todo estado, conseguimos aproveitar muito bem.

Confira nosso roteiro de 4 dias e 3 noites!

1º dia – Poço da Cruz, Cachoeira do Segredo, Fazenda Portugal e Hidrelétricas

No nosso primeiro dia de viagem conhecemos alguns atrativos como o Poço da Cruz, a Cachoeira do Segredo, as Hidrelétricas (antiga e nova) e as ruínas da Fazenda Santana da Família Portugal.

Infelizmente o tempo não estava tão bom, choveu boa parte do dia, principalmente mais para o fim de tarde, o que atrapalhou bastante nosso passeio. Mas, com a gente não tem tempo ruim e aproveitamos o máximo que deu.

Saímos bem cedinho do centro de Lídice para o Poço da Cruz. Depois de 6km de estrada de terra, em veículo 4×4, andando bem devagarzinho pelos buracos da estrada, chegamos à nossa primeira parada.

O primeiro atrativo que visitamos foi o Poço da Cruz, levamos cerca de 1 hora para chegar lá partindo do centro de Lídice. É uma cachoeira bem bonita, a água é esverdeada e escorre pela pedra. O poço possui uma queda d’água de aproximadamente 5 metros de altura, tendo partes rasas e fundas. Existe até uma corda pendurada na árvore para você brincar de “Tarzan”.

Subindo o rio pelo Poço da Cruz, você vai pegar uma trilha por dentro da água para chegar na incrível Cachoeira do Segredo, uma das que mais gostamos na região. Ela só aparece em época de chuva, é muito linda, tem um bom poço para se banhar e uma queda de cerca de 10 metros de altura.

Depois de aproveitar essas duas cachoeiras, voltamos para o centro de Lídice, almoçamos e partimos em direção à Santana, para conhecer a antiga Hidrelétrica de Lídice. Ela abastecia com energia a região de Rio Claro. Hoje, é uma bela cachoeira para contemplação e você ainda pode ver um pouco da construção antiga.

Seguimos nosso caminho para conhecer um pouco mais da Fazenda Santana, da Família Portugal. Fomos ao cemitério, que é tombado como sítio arqueológico e passamos na frente do casarão da fazenda para ver as ruínas.

Logo que chegamos na nova hidrelétrica, a chuva veio forte e foi até difícil chegar até o local. Mas valeu muito a pena. A construção da hidrelétrica é muito bonita e ao seu lado tem uma bela cachoeira de cerca de 30 metros de altura.

2º dia – Sertão do Sinfrônio

No nosso segundo dia de viagem por Lídice fomos conhecer as cachoeiras da Carmem e Verde Água, que ficam no Sertão do Sinfrônio.

Acordamos bem cedo, saímos do Lídice Ecohostel para encontrar o Lucas e pegamos estrada para o Sertão do Sinfrônio. A estrada estava estava bem ruim, com muitos buracos e pedras. Só dá pra ir de 4×4 mesmo. Vale ressaltar que estava chovendo muito na região quando visitamos.

O Sertão do Sinfrônio antigamente era uma área de madeireira, toda a madeira era usada para sustentar os altos fornos da CSN e da Saint Gobain, que são empresas de Barra Mansa e Volta Redonda. Com a mudança de tecnologia, não era mais necessário o desmatamento e foi decretado que não pode mais ter nenhum corte de árvores na região, pois faz parte do Parque Estadual do Cunhambebe. Hoje está tudo reflorestado, com muitas flores e frutos.

A nossa primeira parada, depois de 2 horas de estrada, foi a Cachoeira da Carmem. Ela recebeu esse nome por ficar dentro da propriedade da antiga dona do local, que era herdeira da madeireira.

Ela é bem bonita, tem um bom poço para banho, bem espaçoso, com água cristalina e bem gelada. Ela possui uma grande parede de pedra, que dá pra você subir e ficar bem próximo a queda, que fica em uma fenda por onde a água corre.

Além disso, na propriedade você vai encontrar um lindo jardim de hortênsias, que fica bem florido de acordo com a época do ano. Em janeiro fica cheio e todas bem azuis.

Depois, voltamos a estrada andando por pouco tempo para conhecer a Cachoeira Verde Água, que fica na propriedade do Rômulo, que era o nosso motorista do passeio e trabalha com o Lucas. Durante todo o trajeto nos deparamos com diversas quaresmeiras, que embelezaram muito o caminho.

Esse atrativo é exclusivo e só pode ser visitado com eles. A água tem coloração bem esverdeada e eles estão preparando as boias para você pode escorregar pela pedra até o poço.

3º dia – Cachoeira Sebastião Marinho

No nosso terceiro dia conhecendo Lídice, distrito de Rio Claro, fomos conhecer um dos principais atrativos da região, a Cachoeira Sebastião Marinho.

Acordamos bem cedinho para tomar café da manhã na Padaria Mineira, que tem uma vista incrível, e depois fomos para a praça principal do distrito para encontrar com o Lucas Lídice, nossa parceiro dessa viagem para fazer nosso passeio.

Finalmente o sol resolveu aparecer na viagem, então a gente conseguiu aproveitar bem uma parte do dia.

Nossos planos eram ir para a Cachoeira Sebastião Marinho e depois ir para o Sertão Rio das Pedras para conhecer o Poço do Suíço e Cachoeira da Laje. Porém, quando estávamos chegando no Sertão, veio uma chuva muito forte e finalizou nosso passeio.

A Cachoeira do Sebastião Marinho é uma das mais visitadas de Lídice por ter um acesso muito fácil, pois o asfalto vai até lá. Ela fica ao lado do restaurante do Manelão, que é um bom lugar para almoçar depois de aproveitar a cachoeira. Além disso, ela é uma cachoeira pra família com crianças pequenas, o que faz com que ela seja mais cheia que as demais.

A queda d’água não é grande e escorre pela rocha o tempo inteiro. Alguns pontos são fundo de não dar pé, mas a maioria é bem rasinho e você ainda pode brincar em um escorrega natural.

Ela tem um poço bem generoso, que na verdade é a continuação do rio, e que era muito maior do que quando visitamos. Porém com as grandes chuvas da região e com o assoreamento do rio, vieram muitas pedras e terra, o que diminuiu o tamanho do poço.

Ficamos a manhã inteira aproveitamos e partimos em direção ao Sertão Rio das Pedras, mas o tempo virou muito rápido e trouxe uma tempestade com trovões. Tivemos que nos abrigar no sítio do Seu Carlinhos, um cara incrível, que foi pioneiro no reflorestamento da região e trocamos uma boa prosa com ele.

E logo depois pegamos a estrada de volta para encerrar nosso passeio, como ela era longa, não conseguimos aproveitar outros atrativos. Mais um motivo para voltarmos para Lídice de novo!

4º dia – Parque Arqueológico e Ambiental de São João Marcos (manhã)

No nosso quarto dia de viagem por Lídice, na parte da manhã, resolvemos conhecer o Parque Arqueológico e Ambiental de São João Marcos.

Acordamos bem cedinho no Lídice Eco Hostel e pegamos estrada em direção à Rio Claro para conhecer o Parque. Ele fica a cerca de 30 minutos de Lídice.

Deixamos o carro no estacionamento pois estava em época de chuva e tinha muita lama e pedra na estrada imperial, que faz parte do parque.

Ficamos encantados com a boa estrutura do centro de visitantes do parque e com a beleza das ruínas da antiga cidade. É um tesouro pouco conhecido no Estado do Rio de Janeiro que todos deveriam explorar.

4º dia – Cachoeiras Três Quedas e Borboletas (tarde)

Logo depois de conhecer o Parque São João Marcos, voltamos para Lídice e aproveitamos as belas Cachoeiras Três Quedas e Borboletas.

Saímos da praça principal em direção à Cachoeira Três Quedas. Depois de 15 minutos precisamos estacionar nosso carro, pois não era 4×4, e precisamos atravessar um rio e seguir andando pela estrada. Mais a frente ainda precisamos atravessar um outro, mas menor.

O caminho inteiro é plano e sem sombras. Em 10 minutos de onde estacionamos o carro, já chegamos na entrada da trilha para a Cachoeira Três Quedas. De cara você já consegue ver um mirante que dá pra ver duas quedas. Seguindo a trilha da esquerda, em apenas 5 minutos você chega na Terceira queda, que tem um poço muito bom para banho, fundo em algumas partes.

Subindo a terceira queda você ainda encontrará mais uma queda d’água, que é um pouco mais afastada. Como estávamos em época de chuva, o volume do rio estava maior então tomamos muito cuidado na água para não nos machucarmos e cairmos em correnteza.

Fomos durante o carnaval e passamos mais de 2 horas completamente sozinhos nela, o que foi bem surpreendente. A água não estava tão gelada, a temperatura bem agradável e conseguimos nos refrescar muito bem do calor que estava fazendo.

Pegamos estrada novamente, mas dessa vez com a 4×4 com o Lucas Lídice, nosso parceiro dessa viagem, em direção à Cachoeira das Borboletas. É a continuação da estrada que leva até a Cachoeira Três Quedas.

Depois de 20 minutos de subida em uma estrada com muita lama, buracos e pedras, chegamos na entrada da trilha das Borboletas. Vale ressaltar que se o Lucas não tivesse com a gente, jamais conseguiríamos chegar até ela de carro e até localizar a entrada da trilha, que não é muito bem sinalizada. Outro ponto é que as estradas da região estavam bem ruins, mas porque era época de chuva, o que as prejudicava bastante.

A trilha é bem curta, são apenas 50 metros de extensão e o visual é recompensador. Sem dúvidas, para mim, essa é a cachoeira mais bonita que conheci em Lídice. Pena que tivemos pouco tempo para aproveitar.

O poço é bem amplo e fundo em algumas partes, e a água bem gelada. Acho que foi a mais gelada que sentimos na região. A queda d’água é bem generosa e muito bonita. A forma como ela cai, escorrendo pela pedra, é que dá todo charme. Quando o sol está batendo nela, você ainda poderá ver um lindo arco-íris.

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