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O primeiro dia da nossa expedição ao Monte Roraima começou com aquele friozinho na barriga e uma emoção que já dava o tom de aventura que estávamos prestes a viver. Após uma noite curta, nos encontramos no Hostel Roraima às 3h40 da manhã, ainda sob o céu estrelado. A equipe da Clube Native nos buscou, mas o carro acabou quebrando no caminho, o que adicionou um toque de imprevisibilidade. No entanto, não foi nada que não pudesse ser resolvido: rapidamente, providenciaram outro veículo e seguimos para o ponto de encontro no Hostel Native.
Uma vez que todos estavam reunidos, pegamos a estrada em direção à fronteira com a Venezuela. O silêncio da madrugada foi logo quebrado pela empolgação de todos, cada um compartilhando suas expectativas e um pouco de sua história, enquanto o céu começava a clarear. Fizemos uma breve parada para o café da manhã no Quarto de Bode, onde recarregamos as energias para o dia longo que nos esperava.
De volta ao caminho, por volta das 8h, chegamos a Pacaraima, cidade brasileira na fronteira. A paisagem começou a mudar, e a excitação aumentava conforme nos aproximávamos do nosso destino. Passamos pela imigração, onde os trâmites foram rápidos e organizados, e logo embarcamos em veículos 4×4 para a viagem até a vila de Paraitepuy. Foram duas horas de percurso, das quais a primeira foi em estrada asfaltada. Já na entrada do Parque Nacional, pagamos uma taxa de entrada e logo seguimos viagem pela estrada de terra, cercada por paisagens de tirar o fôlego.
Às 11h30 chegamos a Paraitepuy, e foi o momento de organizar os últimos detalhes. Almoçamos ali mesmo, saboreando um sanduíche com presunto, tomate e queijo, acompanhado de suco — refeição simples, mas que nos manteve bem alimentados para o início da trilha. Nesse momento, recebemos os sacos de dormir e o isolamento térmico. Esses itens seriam essenciais para nos proteger do frio nas altitudes mais elevadas. Aproveitamos a pausa para contratar os carregadores locais, que desempenham um papel fundamental para que a trilha seja viável, transportando equipamentos e suprimentos. Dividimos o custo com um colega, o que facilitou bastante. Além disso, a contratação desses carregadores representa uma importante fonte de renda para a comunidade.
Com tudo pronto, por volta das 12h, começamos finalmente a trilha de 14 km rumo ao acampamento Rio Ték. Era o início do nosso trekking pelo Monte Roraima, uma caminhada que, embora extensa, não apresenta muitos desníveis, com apenas um trecho inicial mais inclinado. Apesar disso, a exposição direta ao sol tornou a caminhada desafiadora e nos lembrou da importância da proteção: chapéus, roupas com proteção UV e muita água foram essenciais.
No decorrer da trilha, encontramos alguns pontos de coleta de água, o que foi um alívio. Aproveitamos para nos refrescar e recarregar as garrafas. Esse momento foi uma pausa importante para respirarmos o ar puro, observarmos a beleza da paisagem e nos prepararmos para o restante do percurso. Mantivemos um ritmo constante, de acordo com a orientação dos guias, o que foi fundamental para chegarmos ao destino ainda com a luz do dia.
Por volta das 16h, finalmente alcançamos o acampamento Rio Ték, um momento muito esperado. Fomos recepcionados com as barracas sendo montadas, e uma vista inesquecível: ao fundo, os montes Kukenán e o majestoso Monte Roraima, que aparecia imponente sob algumas nuvens. A visão dessas montanhas míticas nos fez sentir uma mistura de respeito e admiração. Era como se, ao mesmo tempo, estivéssemos cada vez mais próximos e, ainda assim, distantes da grandeza do Monte Roraima.
Assim que organizamos nossas coisas no acampamento, alguns de nós optaram por um banho no rio. A água gelada era revigorante, contrastando com o calor da trilha, e cada segundo ali nos ajudava a relaxar e a renovar as energias para o dia seguinte. Ao anoitecer, o cansaço começava a se manifestar, mas a adrenalina ainda estava alta.
Às 20h, o jantar foi servido. Sentamos em volta, desfrutando de uma deliciosa refeição: arroz, salada e frango, acompanhados de suco. Após um dia de trilha e sol, essa comida simples e bem preparada foi mais que suficiente para nos aquecer e reabastecer. O espírito de equipe também foi reforçado: era um jantar compartilhado entre pessoas que, embora tivessem começado a jornada como desconhecidos, agora já eram companheiros de aventura.
Em seguida, recebemos algumas instruções essenciais de como lidar com as necessidades básicas no acampamento, especialmente o uso de sacos com cal para os resíduos. Esse sistema improvisado, mas eficiente, era necessário para preservar o ambiente e evitar o acúmulo de lixo. Com essas orientações, pudemos nos organizar para uma noite tranquila, apesar da simplicidade.
Por volta das 21h, o cansaço venceu a excitação. Aos poucos, fomos nos recolhendo às barracas. O céu, estrelado como raramente se vê, era o cenário perfeito para encerrarmos esse primeiro dia de expedição. Enquanto nos preparávamos para dormir, olhamos uma última vez para o céu e para o Monte Roraima, que permanecia ali, silencioso e imponente. Pensamos nas histórias que o monte guarda e nas emoções que ainda estavam por vir.
Esse foi apenas o começo de nossa jornada, mas já percebemos que cada passo, cada momento compartilhado, e cada desafio superado são parte de uma experiência que ficará marcada em nossas memórias para sempre. Amanhã, daremos continuidade a essa aventura, cada vez mais perto do cume e prontos para enfrentar o que vier pela frente.
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