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Estamos no topo do Monte Roraima, mas a aventura está longe de acabar. Pelo contrário, este é o dia de explorar as maravilhas desse gigantesco tepui. Como de costume, acordamos por volta das 6h, com a chuva ainda caindo lá fora, criando uma atmosfera desafiadora, mas ao mesmo tempo revigorante.
Após nos prepararmos, tomamos um café da manhã delicioso com panquecas recheadas de queijo ou cobertas com calda de caramelo ou morango. Enquanto isso, conversamos com o guia para alinhar os detalhes do dia. Por volta das 7h30, já estávamos prontos para a jornada.
Iniciamos nossa caminhada às 8h30, percorrendo cerca de 10 km para desbravar o topo do Monte Roraima. Diferente do que muitos podem imaginar, o platô não é plano. Ele é repleto de pequenas e médias elevações e descidas, além de surpresas ao longo do caminho, como pequenos poços d’água. No entanto, a trilha se mostrou menos exigente do que nos dias anteriores, o que trouxe uma certa leveza ao percurso.
Por volta das 10h, chegamos ao Rio de Cristais, um lugar mágico onde o chão é coberto por milhares de cristais de quartzo. A beleza era tanta que era impossível não sentir um leve pesar por pisar em um local tão único e deslumbrante. Tiramos um momento para admirar a paisagem antes de continuar a trilha.
Pouco depois, passamos pelo Campo de Golfe, uma área plana com areia rosa, onde geralmente pousam os helicópteros de resgate. Esse contraste entre a suavidade do terreno e o restante do monte faz do local um ponto curioso e especial.
Por volta das 11h, alcançamos a Cachoeira da Capelinha, um lugar maravilhoso que nos convidou a trocar de roupa e nos refrescar em suas águas. Quando pensei que nada poderia superar sua beleza, o guia nos revelou um lugar escondido: a incrível Cachoeira da Catedral. Essa queda d’água mais imponente, cercada por uma vegetação exuberante, tinha um charme único que parecia tirado de um cenário de filme. Foi um momento inesquecível, em que a natureza mostrou todo o seu esplendor.
Continuamos nossa jornada sob uma leve garoa e, ao meio-dia, chegamos ao famoso mirante La Ventana, ou “a janela”. De lá, deveríamos ter uma vista impressionante da floresta da Guiana e do Monte Kukenán. No entanto, as nuvens dominavam a paisagem, ocultando a vista. Segundo o guia, isso é comum e acontece em 70% das vezes. Apesar disso, a experiência de estar ali foi emocionante. Para os mais corajosos, era possível ir até a ponta do mirante, mas a sensação de instabilidade no local exigia muita determinação.
Depois, visitamos outro mirante conhecido como Abismo, que também estava coberto por nuvens, deixando-nos imaginar o que se escondia além delas. Seguimos então em direção às famosas jacuzzis naturais, com uma breve parada para admirar uma pequena cachoeira que alimenta essas piscinas.
Por volta das 13h, finalmente chegamos às jacuzzis, piscinas naturais de água cristalina, cujo fundo é forrado por cristais de quartzo. Mesmo para aqueles que não acreditam em energias místicas, o ambiente transmite uma sensação única de vitalidade. O banho foi uma experiência incrível, apesar da água ser gelada. O sol apareceu momentaneamente, permitindo que eu voasse o drone e capturasse imagens espetaculares. Porém, uma chuva forte chegou repentinamente, me obrigando a pousá-lo rapidamente e molhando alguns de meus pertences. Quando o sol voltou, aproveitei para mergulhar novamente nas águas cristalinas. Foi revigorante e inesquecível.
Após essa pausa refrescante, a fome começou a apertar. Para nossa surpresa, o almoço foi uma deliciosa feijoada servida à beira das jacuzzis. A refeição, combinada com o cenário ao redor, tornou o momento ainda mais especial. Enquanto comíamos, era impossível não pensar nos milhões de anos que o vento levou para esculpir o topo desse monte, criando uma paisagem de tirar o fôlego.
Com o espírito renovado, retomamos a trilha, mesmo com a chuva retornando. Nosso próximo destino era o Maverick, ou Imaguary, como é chamado pelos locais. Este é o ponto mais alto do Monte Roraima, com 2.810 metros de altitude. Seu nome popular surgiu devido à semelhança com o formato de um automóvel. Os turistas, tendo dificuldade em pronunciar o nome original, passaram a chamá-lo de Maverick.
Por volta das 15h, chegamos ao tão esperado cume. Lá do alto, a vista era de tirar o fôlego. Mesmo com os paredões cobertos por nuvens, a sensação de estar ali, olhando para tudo o que já havíamos percorrido, foi indescritível. Era um momento de pura adrenalina e emoção, uma conquista que ficará gravada na memória.
Tentei novamente voar o drone para capturar imagens, mas a chuva voltou a atrapalhar, e precisei pousá-lo rapidamente. Descemos do Maverick em clima de celebração, com nosso grupo dançando e comemorando a conquista enquanto percorríamos os 2 km de volta ao acampamento.
Antes de encerrar o dia, o guia nos levou a um abismo localizado a apenas 100 metros do acampamento. Embora ainda estivesse encoberto pelas nuvens, começava a se abrir, dando sinais de que a paisagem poderia ser revelada em breve. Voltamos ao acampamento, onde fomos recebidos com pipoca quentinha. Aproveitamos para trocar as roupas molhadas por roupas secas e confortáveis, e nos reunimos para conversar até a hora do jantar.
O dia terminou com uma deliciosa sopa, perfeita para nos aquecer da noite fria. Após as orientações do guia para o próximo dia, nos recolhemos às 21h, cansados, mas imensamente felizes e realizados por um dia tão memorável no Monte Roraima.
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